Irmã de Madeleine McCann revela mensagens ‘sinistras’ de polonesa que dizia ser a menina desaparecida: ‘Dava detalhes’ Irmã de Madeleine McCann revela mensagens de polonesa que fingiu ser a menina desaparecida: 'Era muito sinistro' (Reprodução/Arquivo Pessoal/Instagram)

há 4 horas 5

Amelie McCann, irmã de Madeleine, revelou em depoimento ao tribunal de Leicester as "mensagens sinistras" enviadas por Julia Wandelt, acusada de fingir ser a menina desaparecida. Amelie também contou o teor de cartas que teria recebido e os pedidos insistentes de Julia.

A irmã de Madeleine McCann revelou mensagens sinistras que recebeu de Julia Wandelt, acusada de fingir ser a menina desaparecida. Julia foi processada por assediar a família por quase três anos. Amelie McCann testemunhou nesta quarta-feira (7), por videoconferência, no tribunal de Leicester, no centro da Inglaterra.

Segundo ela, Julia passou a contatá-la em janeiro de 2024. No depoimento, Amelie destacou que não sabia que a polonesa estava assediando seus pais, Kate e Gerry McCann, desde junho de 2022.

Mensagens e cartas

“No início, não contei a ninguém porque não sabia que ela tinha tentado contatar minha família. Pensei que era algo que poderia lidar sozinha, não queria acrescentar mais estresse aos meus pais. Estava acostumada a ignorar esse tipo de mensagens”, argumentou.

Nas conversas, Julia supostamente pedia a Amelie que convencesse seus pais a fazerem um teste de DNA, oferecendo-se até mesmo para pagar um exame para ela. “Era muito sinistro vê-la dar detalhes e brincar com minhas emoções e minhas lembranças”, desabafou a irmã de Madeleine.

Julia Wandelt foi acusada de fingir ser Madeleine McCann, desaparecida em 2007, em Portugal (Fotos: Reprodução/Arquivo Pessoal)

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Além das mensagens, Amelie disse que recebeu cartas de Julia quando voltou da universidade, dizendo que ela era sua “última esperança”. “Era muita coisa escrita e bastante semelhante, dizendo que eu era a sua última esperança e ela precisava mesmo da minha ajuda, tentando novamente persuadir-me de que ela era Madeleine”, narrou.

Conforme McCann, algumas cartas foram enviadas com fotos de Julia e Karen Spragg, de 61 anos, também acusada de perseguir a família. A dupla, por sua vez, nega o crime. “Eu não gostei, me senti muito desconfortável e não tenho certeza se foi esta, mas ela claramente alterou ou editou as fotos para que parecessem mais com ela, o que é bastante perturbador”, contou Amelie.

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Teste de DNA

McCain também explicou o motivo de achar que a polonesa não era sua irmã desaparecida. “Acho que porque ela estava no radar da polícia e da minha família desde 2022, e nada aconteceu nesse período, acho que até 2024. Eu sabia que, se isso fosse descartado e a polícia dissesse aos meus pais que não iria fazer um teste de DNA, eu sabia que não era ela”, afirmou.

A jovem salientou que reconheceria Madeleine, mesmo 18 anos após o sumiço dela. “Eu tinha a sensação de que haveria algo nela que eu talvez reconhecesse ou acreditasse mais, embora não achasse que ela se parecesse conosco, sendo polonesa e tendo pais poloneses. Portanto, isso não fazia sentido para mim”, admitiu.

Kate e Gerry, pais de Madeleine McCann (Foto: Getty)

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Versão dos pais

Também em depoimento à justiça britânica nesta quarta (8), Kate McCann citou a “ansiedade” provocada por Julia ao fingir ser Madeleine. “O nível de estresse e ansiedade que isto me causou aumentou com o tempo”, afirmou. Ela acrescentou que se sentiu “realmente mais tranquila” somente após a detenção da polonesa, em fevereiro deste ano.

Madeleine McCann desapareceu em maio de 2007, aos três anos de idade, enquanto passava as férias com a família na Praia da Luz, em Portugal. Ela completaria quatro anos em dez dias. A menina estava com os irmãos gêmeos Sean e Amelie, então com dois anos, no quarto de hotel.

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Seus pais, Kate e Gerry, tinham saído para jantar com amigos em um restaurante próximo, dentro do complexo turístico, deixando as crianças desacompanhadas. Assim que eles voltaram, descobriram que Madeleine não estava lá. O sumiço se tornou um dos casos não resolvidos de maior repercussão no mundo.

Christian Brückner, principal suspeito do sequestro da menina, foi solto no dia 17 de setembro. De acordo com a BBC, ele foi retirado da prisão de Sehnde, no norte da Alemanha, pelo seu advogado. O homem, porém, cumpria pena pelo estupro da norte-americana Diana Menkes, de 72 anos.

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