Aeroporto de Belém conclui obras para a COP30 e amplia oferta de voos nacionais e internacionais

O Aeroporto Internacional de Belém — Val-de-Cans teve concluídas as principais intervenções previstas para receber a COP30, segundo comunicado da concessionária Norte da Amazônia Airports (NOA). O pacote de modernização e expansão foi orçado em R$ 450 milhões e teve trechos antecipados em função do evento internacional.

Escopo das obras e ganhos de infraestrutura

As mudanças no terminal envolveram obras em várias frentes para aumentar capacidade, conforto e eficiência operacional:

• Áreas de embarque quase triplicadas, passando de 1.593 m² para 4.303 m², para acomodar simultaneamente operações domésticas e internacionais.
• Construção de dois novos mezaninos sobre o saguão principal, com ganhos imediatos na fluidez de circulação e nos pontos de inspeção de segurança.
• Saguão principal ampliado em cerca de 20% e renovação dos conjuntos de sanitários em todas as áreas públicas.
• Novas longarinas e assentos ergonômicos, além de um sistema de climatização renovado para melhorar o conforto térmico dos passageiros.
• Pátio para aeronaves com cinco novas posições categoria C (aeronaves de porte médio usadas em operações domésticas), e requalificação completa de pistas e taxiways para suportar maior frequência de movimentos.
• Aprimoramentos nos auxílios visuais de aproximação (PAPI) das cabeceiras 21 e 25, com objetivo de fortalecer a segurança de pousos em condições meteorológicas adversas.

Movimento e base de demanda

A modernização ocorre em um momento de expansão operacional do terminal: no primeiro semestre de 2025 o aeroporto registrou 1.967.313 passageiros, um crescimento de 1,4% sobre igual período de 2024, segundo boletim da própria administração do aeroporto. Esses números reforçam a necessidade das melhorias para suportar o fluxo previsto para a COP30. Aeroporto de Belém

Como a malha aérea será reforçada para a COP30

Companhias aéreas que operam em Belém anunciaram reforços significativos na malha durante o período da conferência (prevista para novembro), com voos extras e rotas temporárias:

• GOL informou planos para operar cerca de 600 voos no período da COP e ofertar até 56.730 assentos apenas durante os dias do evento — chegando a 77 mil assentos ao longo de novembro com rotas temporárias e reforço das frequências regulares. A empresa também lançou rotas exclusivas temporárias para o evento, além de expandir ligações regulares como Belém–Guarulhos (de 1 para 4 voos/dia) e Belém–Galeão (de 1 para 3 voos/dia). A Gol também estreou a rota Belém–Miami em junho, com duas frequências semanais e previsão de aumentar para três por semana durante a COP.
• LATAM antecipou, já em agosto, acréscimo de oferta em Belém (cerca de 25% a mais de assentos no comparativo com 2024 para o segundo semestre) e projeta 48% a mais de assentos em novembro na comparação anual. A empresa aumentou frequências em rotas-chave, como Belém–Guarulhos (de 28 para 35 voos semanais) e Belém–Brasília (de 10 para 14 voos semanais), além de voos extras e novas ligações internacionais temporárias (ex.: Bogotá–Belém).
• Azul programou uma operação ampliada para a COP, com cerca de 646 voos entre chegadas e partidas em Belém no período crítico, ofertando aproximadamente 100–104 mil assentos (os números variam conforme janela analisada entre 9 e 22 de novembro), para reforçar conectividade com regiões do país durante o evento.

Esses aumentos tornam a infraestrutura entregue ainda mais necessária para acomodar picos de demanda e oferecer serviços de qualidade a delegações, observadores e turistas internacionais.

Serviços premium e experiência do passageiro

A ampliação inclui também oferta de hospitalidade premium: a W Premium Group inaugurou em junho uma sala VIP internacional no terminal, com capacidade para 95 pessoas, duchas privativas, Wi-Fi de alta velocidade, sala de reuniões e serviço de alimentação — estrutura que ficará disponível também para voos domésticos conforme integração das áreas. A operadora informou que a nova sala amplia substancialmente a capacidade e os padrões de atendimento executivo do aeroporto.

Segurança operacional e conexão à cidade

Além das obras no terminal, as intervenções técnicas (pátio, pistas e sistemas de auxílio) foram pensadas para manter níveis elevados de segurança e reduzir impactos em horários de pico. A antecipação das entregas — atividades originalmente previstas para 2026 e trazidas para 2025 — também envolveu coordenação com órgãos federais para garantir conformidade operacional e ambiental.

Legado e expectativa para a COP30

A Prefeitura, o Governo do Pará e o setor aéreo estimam que a combinação de infraestrutura renovada, malha aérea reforçada e serviços de alto padrão contribua para uma recepção mais organizada das delegações e visitantes da COP30, evento que espera cerca de 50 mil participantes. Autoridades destacam que as obras não são apenas para a conferência, mas compõem um legado permanente para a mobilidade aérea e o turismo do estado.

O que muda no dia a dia do passageiro

Na prática, passageiros devem encontrar: filas mais curtas nas áreas de embarque, maior oferta de assentos e áreas de espera, melhores condições de climatização, mais posições de aeronaves que diminuem tempos de espera em solo e o novo lounge para viajantes executivos. Para companhias aéreas, as melhorias permitem operar com mais eficiência e com possibilidade de escalonar voos extras sem sobrecarregar a infraestrutura.