Um bebê prematuro dado como morto surpreendeu a família ao chorar durante o velório, em Rio Branco (AC). José Pedro foi levado de volta à maternidade, mas não resistiu e morreu dois dias depois. O caso é investigado pela polícia e por órgãos de saúde. Veja o que se sabe.
Um bebê recém-nascido dado como morto surpreendeu a família ao chorar durante o próprio velório, em Rio Branco, no Acre. José Pedro, que nasceu prematuro com apenas cinco meses de gestação, foi dado como natimorto pela equipe da Maternidade Bárbara Heliodora na sexta-feira (24). No dia seguinte, ao abrirem o caixão para se despedir, familiares ouviram o choro da criança, que estava viva e foi levada de volta às pressas ao hospital.
Apesar da reanimação e da internação em estado gravíssimo na UTI neonatal, o bebê não resistiu e morreu na noite de domingo (26), em decorrência de choque séptico e sepse neonatal.
A mãe do recém-nascido, Sabrina Souza da Costa, viajou da cidade de Pauini, no interior do Amazonas, para a capital acreana com o objetivo de dar à luz com suporte médico. Segundo os familiares, o município amazonense não possuía estrutura adequada para atendimento do caso.
Veja o vídeo:
➡️ “Chorou no caixão”: bebê dado como morto “acorda” no velório
Segundo familiares, o menino chorou quando uma parente abriu o caixão durante o velório, o que levou todos ao desespero
Leia na coluna de @mirelle_ap: https://t.co/tJjKMmT2kl pic.twitter.com/j1lbII1lY9
— Metrópoles (@Metropoles) October 27, 2025
A irmã de Sabrina, Maria Aparecida, relatou que a mãe já apresentava sangramentos e dores desde antes do parto. “Disseram que a criança nasceu sem vida, pegaram e só colocaram num saco, levaram pro necrotério, a gente fez o procedimento [fúnebre] e estava indo pro enterro. Ao chegar lá, eu pedi para abrir [o caixão] para poder ver o bebê e ele estava chorando. Isso é muita negligência e a gente quer justiça”, afirmou ao g1.
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O recém-nascido passou aproximadamente 12 horas dentro de um saco antes de ser colocado no caixão. Quando foi retirado e levado novamente à maternidade, apresentava sinais de hipotermia e estava em estado crítico. Segundo a médica pediatra neonatologista Mariana Collodetti, que prestou atendimento no sábado (25), o bebê estava em estado gravíssimo devido à prematuridade extrema.
A equipe médica prestou o suporte necessário e seguiu os protocolos de urgência, conforme informou a Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre).
José Pedro foi declarado como morto ao nascer (Foto: Reprodução/g1)O primeiro laudo médico apontou como causa da morte inicial a hipóxia intrauterina — condição em que o feto não recebe oxigênio suficiente durante a gestação. Após o episódio no velório, o bebê foi internado e recebeu cuidados intensivos até falecer por volta das 23h15 de domingo. Segundo nota da Sesacre, “a transferência para outra unidade não chegou a ser cogitada pela equipe médica diante do alto risco de agravamento do quadro”.
A direção da maternidade afirmou estar prestando apoio à família. Simone Prado, diretora da unidade, declarou: “A direção da unidade e toda a equipe manifestam profunda solidariedade à família neste momento delicado e reafirmam o compromisso com a ética, a humanização e a segurança no atendimento”.
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A equipe médica que atestou a morte do recém-nascido foi afastada e uma apuração interna foi aberta. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, pelo Ministério Público do Acre (MP-AC) e pelo Conselho Regional de Medicina do estado.
Leia na íntegra a nota da Sesacre
“A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), por meio da direção da Maternidade Bárbara Heliodora, comunica, com profundo pesar, o falecimento do recém-nascido atendido na unidade (após ter apresentado sinais vitais, depois de declarado óbito), ocorrido às 23h15 de domingo, 26 de outubro, em decorrência de um quadro de choque séptico e sepse neonatal.
Neste momento de imensa dor, expressamos nossa solidariedade e respeito à mãe, ao pai e a todos os familiares, desejando que encontrem conforto e acolhimento diante dessa perda irreparável.
Todos os esforços possíveis foram realizados para garantir o melhor cuidado e suporte durante todo o período de internação. Reforçamos que, devido à prematuridade extrema do bebê, a transferência para outra unidade não chegou a ser cogitada pela equipe médica, diante do alto risco de agravamento do quadro.
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O caso está sendo rigorosamente apurado, e a equipe responsável pelo atendimento inicial foi afastada para assegurar a lisura de todo o processo.
A Sesacre e a equipe da maternidade lamentam profundamente o desfecho e reafirmam seu compromisso de redobrar o olhar e seguir aprimorando, a cada dia, o cuidado e a atenção humanizada à vida.
Simone da Silva Prado
Diretora-geral da Maternidade Bárbara Heliodora
Pedro Pascoal Duarte Pinheiro Zambon
Secretário de Estado de Saúde do Acre”
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