Rumores apontam que o jogo colocaria o jogador como um ex-escravizado enfrentando o racismo no sul dos EUA, mas foi engavetado por questões internas.
sexta-feira, 10/10/2025, 09:35
- Autor: Kaio Rodrigues - Fonte: Meu PlayStation
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Um projeto ousado da franquia Assassin’s Creed pode nunca ver a luz do dia. Segundo o jornalista Stephen Totilo, do site Game File, a Ubisoft teria cancelado um jogo ambientado no período após a Guerra Civil Americana, época marcada pela reconstrução dos Estados Unidos e pelo surgimento da Ku Klux Klan.
A ideia colocaria o jogador na pele de um ex-escravizado retornando ao sul do país para combater o avanço do grupo supremacista. Internamente, o projeto era chamado de Project Scarlet e estava sob responsabilidade da Ubisoft Quebec, com direção de Scott Phillips, conhecido pelos trabalhos em Assassin’s Creed Odyssey e Syndicate.
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Fontes ouvidas pelo site Insider Gaming afirmam que o desenvolvimento estava em andamento e que a equipe via potencial para transformar o título em um dos RPGs mais ambiciosos da série. Mesmo assim, a Ubisoft teria decidido interromper o projeto.
As razões, segundo os relatos, passam por questões políticas e de imagem. O cenário de tensões raciais nos Estados Unidos e a recente polêmica em torno do protagonismo de Yasuke, samurai negro em Assassin’s Creed Shadows, teriam pesado na decisão.
Ainda que nunca tenha sido oficialmente anunciado, Project Scarlet estava previsto para chegar ao público por volta de 2027, marcando uma das fases mais sombrias e realistas já exploradas pela franquia. A desistência mostra que, por mais que a Ubisoft busque novos horizontes históricos, nem todos os períodos parecem prontos para virar jogo.
Opinião:
Adéwalé mostra que o público aceita bons personagens, não discursos
Se a Ubisoft teme rejeição, talvez esteja esquecendo de um exemplo dentro da própria franquia: Adéwalé, um dos personagens mais queridos de Assassin’s Creed IV: Black Flag.
Ex-escravizado de Trinidad, Adéwalé conquistou os fãs mostrando força, senso de justiça e presença carismática. Depois de ganhar destaque ao lado de Edward Kenway como quartel-mestre do navio Gralha, ele protagonizou a própria expansão (Freedom Cry), que foi elogiada justamente por abordar a escravidão de forma humana e sem excessos.
Anos depois, a morte em Assassin’s Creed Rogue deixou muitos jogadores frustrados. Adéwalé foi morto por Shay Cormac, após um ataque fracassado dos Assassinos em 1758. A trajetória, porém, permanece uma das mais respeitadas da série.
Talvez a lição esteja aí: não é o tema que incomoda o público, mas a forma como ele é tratado. Assassin’s Creed sempre foi sobre liberdade, poder e escolhas morais. E se a Ubisoft continuar fiel a isso, sem forçar narrativas, personagens como o de Project Scarlet podem ser tão marcantes quanto Adéwalé foi.
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