Ullisses Campbell, roteirista de “Tremembé”, falou de sua relação com os criminosos retratados em seus livros e na série da Prime Video. Baseada na obra “Tremembé, o Presídio dos Famosos”, escrita por ele, a produção chegará à plataforma em 31 de outubro. No Festival do Rio, na última quarta (8/10), o jornalista, escritor e roteirista concedeu entrevista para Monique Arruda, do portal LeoDias.
Segundo Ullisses, dos assassinos famosos, ele só não esteve cara a cara com um: “O único dos que eu biografei que eu não estive frente à frente foi o Francisco de Assis, o Maníaco do Parque. Mas eu já biografei a Suzane von Richthofen, a Elize Matsunaga, a Flordelis… E com elas todas eu tive contato”.
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Questionado sobre o que sente quando olha nos olhos dos assassinos e como fica depois das conversas, o jornalista disse que não tem medo. “Por incrível que pareça, esses criminosos não oferecem risco à sociedade porque, se você perceber, eles cometeram crimes intrafamiliares. A Suzane matou os pais dela, não matou os pais do vizinho. A Elize Matsunaga matou o marido dela, não matou o marido da amiga. Então, esses crimes intrafamiliares precisam de uma longa história, uma longa jornada até um crime como esses se concretizar”, explicou.
Ainda sobre medo, Ullisses afirmou que o sentimento deve existir em relação aos criminosos profissionais. “Aquele pessoa que sai de casa pra roubar um celular, que se você reagir ela puxa uma arma. É do noia, do traficante… São esses criminosos que oferecem, de verdade, risco à sociedade. Esses outros criminosos, esses que a gente aponta na série, a rigor, não oferecem risco à sociedade”, destacou.
O jornalista também esclareceu que não mantém contato com nenhum dos criminosos quando eles deixam o presídio. “Só contatos profissionais! O meu trabalho ali é profissional, eu não tenho amizade com nenhum dos presos”, garantiu.
Já em relação ao que mais o chocou em “Tremembé”, Ullisses compartilhou que foi uma mãe que deixou a própria filha passar fome, de propósito, em um ritual religioso – fazendo com que ela perdesse a vida. A história está no novo livro do jornalista, cujos direitos também já foram adquiridos para o audiovisual, e provavelmente será retratada em vídeo.