Prefeito de Sorocaba é afastado em nova fase da Operação “Copia e Cola”“

O prefeito de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga (Republicanos), foi afastado do cargo por 180 dias por decisão judicial nesta quinta-feira (6), durante a segunda fase da Operação Copia e Cola, da Polícia Federal, que apura suspeitas de fraudes e desvios em contratos da saúde do município. Com o afastamento, o vice-prefeito Fernando Neto (PSD) assume interinamente a administração municipal.

A investigação teve início em 2022, após indícios de irregularidades na contratação de uma organização social (OS) responsável pela gestão de unidades de saúde. Segundo a Polícia Federal, há suspeitas de superfaturamento, pagamentos irregulares, transações imobiliárias suspeitas e uso de dinheiro vivo para movimentações financeiras.

Na operação desta quinta-feira, foram cumpridos mandados de busca e apreensão e determinadas medidas cautelares, incluindo o sequestro de bens que pode chegar a R$ 20 milhões. As ações ocorreram em endereços de Sorocaba, outras cidades do interior paulista e também na Bahia. Durante as diligências, foram recolhidos valores em espécie, veículos de luxo e armas de fogo.

Um dos presos é o empresário Marco Silva Mott, apontado como próximo ao prefeito e suspeito de atuar como lobista e de lavar dinheiro ligado a contratos públicos. A primeira-dama de Sorocaba, Sirlange Frate Maganhato, e familiares também foram citados na investigação por suposta movimentação financeira com origem indevida. A Polícia Federal aponta possível prática de corrupção, peculato, organização criminosa, lavagem de dinheiro e fraude em licitações.

Rodrigo Manga ganhou destaque nacional por sua atuação nas redes sociais, onde ficou conhecido como o “prefeito tiktoker”. Em publicações recentes, o gestor afirmou ser alvo de perseguição política e disse que seu afastamento seria motivado por interesses eleitorais. Ele também declarou que os bens apreendidos não lhe pertencem.

Já a defesa do empresário Marco Mott classificou a prisão como precipitada e baseada em conjecturas, afirmando que buscará reverter a decisão judicial. A Prefeitura de Sorocaba ainda não divulgou medidas administrativas referentes aos contratos investigados, mas a gestão interina deve avaliar possíveis ajustes ou substituições de fornecedores de serviços de saúde.

Com o afastamento, o município deverá enfrentar um período de instabilidade política e administrativa, enquanto as investigações prosseguem no âmbito da Justiça Federal. A continuidade dos contratos na área da saúde e a manutenção dos serviços prestados à população deverão ser acompanhadas durante o período de afastamento do chefe do Executivo municipal.