A Polícia Federal deflagrou uma megaoperação que resultou na prisão de 20 suspeitos envolvidos em um dos maiores esquemas cibernéticos já registrados no país, responsável por desviar cerca de R$ 813 milhões de sistemas internos usados por instituições financeiras para gerenciar transferências via PIX. Entre os detidos está Ítalo Jordi Santos Pirineus, conhecido como “Breu”, nascido em Tucuruí (PA) e criado em Parauapebas, onde chegou a atuar como assessor na Prefeitura durante o governo Valmir Mariano.
A ofensiva policial cumpre 26 mandados de prisão e mais de 40 de busca e apreensão em seis estados — Goiás, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Paraíba e Bahia — além do Distrito Federal. A ação teve apoio internacional da Interpol, que capturou suspeitos na Espanha e na Argentina, além de cooperação com autoridades de Portugal.
Segundo as investigações, o grupo invadiu sistemas restritos utilizados por bancos e empresas financeiras para organizar operações do PIX. Em poucos dias, os hackers conseguiram movimentar valores milionários, transferindo quantias para contas controladas pelo grupo e por laranjas. Parte das ações criminosas teria sido coordenada a partir de um quarto de hotel em Brasília.
Durante a operação, a PF apreendeu 15 carros de luxo, joias, relógios de alto valor e aproximadamente R$ 1 milhão em criptomoedas. Além disso, foram bloqueados 25 imóveis, contas bancárias e determinado o congelamento de R$ 670 milhões — medida que busca impedir que os investigados se beneficiem do patrimônio ilícito.
O coordenador-geral de Combate a Fraudes Cibernéticas da PF, Valdemar Latance Neto, afirmou que “boa parte do dinheiro já foi gasta, mas o bloqueio judicial busca atingir o patrimônio gerado a partir do crime”.
A operação reforça o avanço e a sofisticação de crimes cibernéticos no país, especialmente envolvendo o sistema PIX, hoje essencial para a economia e amplamente utilizado por cidadãos e empreendedores, inclusive na região de Carajás. A prisão de um suspeito com trajetória política e vínculos em Parauapebas chama atenção localmente e levanta alertas sobre a infiltração de indivíduos ligados a esquemas digitais ilícitos em esferas públicas.
Os envolvidos responderão por organização criminosa, crimes cibernéticos, furto mediante fraude eletrônica e lavagem de dinheiro, crimes que juntos podem ultrapassar 10 anos de pena em caso de condenação.
A PF segue apurando a participação de cada investigado e trabalhando para recuperar o máximo possível dos valores desviados. As instituições financeiras afirmam que não houve vazamento de dados pessoais de clientes, mas o caso acende alerta sobre segurança digital e a necessidade de sistemas cada vez mais robustos contra ataques sofisticados.
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