O Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, celebrado neste sábado (11/10), reforça a importância da conscientização sobre os riscos dessa doença crônica e a adoção de hábitos saudáveis para preveni-la.
A obesidade é uma condição multifatorial associada a uma disfunção no organismo, que compromete mecanismos biológicos responsáveis por apetite, saciedade e metabolismo. Ainda assim, sua definição oficial segue ampla: “acúmulo anormal ou excessivo de gordura que representa risco à saúde”.
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De acordo com o Atlas Mundial da Obesidade 2025, da Federação Mundial da Obesidade, os índices da doença vêm crescendo de forma preocupante no Brasil. Em 2003, 12,2% da população adulta era obesa; em 2019, o número saltou para 26,8%, e, este ano, já chega a 31%. As projeções indicam que, até 2030, a obesidade poderá afetar cerca de 24,8 milhões de homens e 33,6 milhões de mulheres no país.
O impacto social também é expressivo. Segundo o mesmo levantamento, 85% das pessoas com obesidade já sofreram algum tipo de preconceito ou discriminação devido ao peso, e 68% das pessoas com sobrepeso relatam experiências negativas semelhantes.
A falta de reconhecimento social da obesidade como doença crônica contribui para a subestimação do tratamento farmacológico, que deve integrar um cuidado completo, junto à nutrição adequada, prática de atividade física e atenção à saúde mental. O objetivo é promover qualidade de vida e reduzir riscos associados, como diabetes e doenças cardiovasculares.
A condição pode se manifestar em diferentes graus, tradicionalmente classificados pelo Índice de Massa Corporal (IMC):
- Sobrepeso: IMC entre 25 e 30 kg/m²
- Obesidade grau 1: IMC entre 30 e 35 kg/m²
- Obesidade grau 2 e superior: IMC acima de 35 kg/m²
Apesar de amplamente utilizado, o IMC apresenta limitações. Um estudo global publicado na revista The Lancet propõe um diagnóstico mais preciso, que considera múltiplos sinais clínicos — 18 em adultos e 13 em crianças — para identificar a obesidade como doença e orientar tratamentos personalizados.
O tratamento da obesidade sempre exigiu uma abordagem multidisciplinar, que pode incluir o uso de medicamentos. Até 2010, as opções disponíveis no Brasil eram à base de anfetaminas — como anfepramona, femproporex e mazindol —, substâncias de eficácia limitada e riscos elevados, o que levou à proibição de algumas delas pela Anvisa.