Maria Casadevall explicou por que recusou contrato fixo com a Globo após o sucesso em Amor à Vida. A atriz afirmou que buscava autonomia e liberdade artística, e que o teatro a reconectou com sua essência. Hoje, ela estrela Um Dia Muito Especial ao lado de Reynaldo Gianecchini e reflete sobre feminismo, maternidade e escolhas pessoais.
Uma das grandes revelações da teledramaturgia, Maria Casadevall decidiu seguir um caminho diferente. Após o sucesso como Patrícia em “Amor à Vida” (2013), a atriz optou por deixar as novelas e dedicar-se ao teatro e ao cinema. Em entrevista publicada nesta segunda-feira (10), na coluna de Ricky Hiraoka, do Splash UOL, ela explicou os motivos que a levaram a recusar um contrato fixo com a Globo. Ela também falou sobre sua nova fase nos palcos, estrelando o espetáculo “Um Dia Muito Especial” ao lado de Reynaldo Gianecchini.
“Quando eu fiz essa novela e foi um sucesso, recebi a proposta de assinar um contrato longo e permanecer na emissora. Era muito incomum fazer outra escolha que não fosse essa. Mas foi natural pra mim”, disse.
“Eu já tinha um vínculo com o teatro, com a companhia Os Satyros. Queria voltar pra São Paulo e experimentar outras linguagens, fazer cinema. Tinha uma intuição que me dizia: segue um caminho que te dê autonomia e liberdade artística”, continuou a atriz.
Em “Amor à Vida”, Maria era par romântico de Michel, interpretado por Caio Castro. (Foto: Globo/João Miguel Júnior)Casadevall, que se define como uma mulher lésbica e feminista, também refletiu sobre as pressões sociais impostas às mulheres — tema central da peça em cartaz. Sua personagem, Antonieta, é uma mãe de família que vive sob o regime fascista da Itália e se apaixona por um pianista homossexual, vivido por Gianecchini.
“Quando você é adolescente, quer pertencer de qualquer maneira. Depois percebe que não precisa se violentar pra caber. Eu entendi isso quando conheci o feminismo e compreendi o lugar da autonomia da mulher. Depois, também me assumindo como uma mulher lésbica, entendi que eu não precisava servir a esse modelo da heteronormatividade”, afirmou.
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Ao comparar sua trajetória com a de Antonieta, a atriz destacou o quanto a liberdade de escolha ainda é um privilégio. “Ter o direito à escolha é um privilégio. Angela Davis fala que um direito adquirido com muita luta precisa ser reivindicado o tempo todo. A Antonieta vive um contexto em que não tem nem o direito à escolha política. Ela se descobre fascista porque o marido impôs isso a ela. É no Gabriele, personagem do Gianecchini, que ela vê a possibilidade de escolher quem ela quer ser”, observou.
Sobre os encontros que transformaram sua vida, ela citou o relacionamento com Airam Mares. “Airam é minhe companheire e uma pessoa que me transformou profundamente desde do nosso primeiro encontro. É um ser maravilhoso, um artista muito maravilhoso, cheio de dons e um deles é o tambor. O toque do tambor e o quanto esse encontro com Airam e com sua arte me transformaram profundamente. Elu manifestar a própria arte, como isso me atravessou vendo alguém toda sua verdade manifestando a sua arte, manifestando o seu fazer. Isso me deu muita vontade de procurar mais a fundo dentro de mim”, declarou.
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A atriz encerrou o papo afirmando que quer continuar se desafiando em novas linguagens: “Sou movida pela busca. Tenho muitas conquistas, mas também muito ainda pra aprender e viver”.
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