O Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (HC), em Belém, realizou nesta sexta-feira (19) o primeiro curso de capacitação em órteses termomoldáveis voltado a profissionais de terapia ocupacional que atendem pacientes neonatais e pediátricos em uma instituição pública da região Norte. A iniciativa busca qualificar a assistência, promovendo cuidado integral e contribuindo para a prevenção de complicações que podem comprometer a qualidade de vida das crianças.
As órteses são dispositivos aplicados externamente ao corpo para prevenir deformidades, proteger articulações e reduzir o encurtamento de músculos e tendões. Na pediatria e na neonatologia, esse recurso é fundamental para evitar o enrijecimento precoce e preservar funções sensório-motoras, favorecendo a reabilitação desde os primeiros meses de vida.
Segundo a terapeuta ocupacional Karoline Rodrigues, o curso representa um avanço significativo para o hospital. “Ele permite que nossos profissionais aprendam a utilizar um material com maior viabilidade técnica, adaptado às necessidades do público infantil em UTI”, explica.
Atualmente, o Serviço de Terapia Ocupacional utiliza o PVC, plástico sintético amplamente utilizado em diversas aplicações devido a sua durabilidade e versatilidade, por ser mais acessível e com melhor custo-benefício, o que já tem garantido boas respostas junto aos pacientes. No entanto, apesar da eficácia, o PVC apresenta limitações para o público neonatal e pediátrico, reforçando a necessidade de adoção de materiais mais adequados, como o termomoldável, que possibilita ajustes personalizados diretamente no corpo da criança.
A palestrante convidada, Hellen Delchova Rabelo, terapeuta ocupacional com nove anos de experiência em neonatologia, destacou o impacto da iniciativa: “O curso busca capacitar toda a equipe das UTIs Neonatal e Pediátrica, garantindo que o material seja incorporado à prática assistencial do hospital. Isso promove reabilitação precoce e previne complicações que poderiam comprometer a qualidade de vida dessas crianças”, afirmou.
Hellen ainda destaca a importância de proporcionar essa reabilitação precoce para os bebês, o que impacta a vida desse paciente a médio, curto e longo prazo.
“A reabilitação proporciona qualidade de vida, é uma criança que vai conseguir brincar melhor lá na frente, é uma mãe que vai ter menos dificuldade no manejo dessa criança no dia a dia, muitas vezes por conta de uma hipertonia, de um encurtamento muscular,então, a repercussão desse trabalho que a gente faz junto aos bebês e às crianças é fundamental no âmbito do SUS, justamente porque proporciona mais qualidade de vida para esses pacientes”, afirma.
Terapeuta Ocupacional Carla Adriana Vieira, da equipe multiprofissional da UTI pediátricaA terapeuta ocupacional Carla Adriana Vieira, da equipe multiprofissional da UTI Pediátrica, reforçou a importância do aprendizado: “Esse aprimoramento não vai ser só para mim, mas para todo o processo terapêutico dentro da unidade. O material permite confecções mais rápidas e resistentes, trazendo benefícios diretos para nossos pacientes.”
Para assegurar a continuidade do uso da tecnologia, o HC também investiu em materiais permanentes, como tesouras e equipamentos de moldagem, que permanecerão no serviço. Já as placas termomoldáveis, de consumo contínuo, foram incorporadas ao planejamento anual do setor de Terapia Ocupacional, assegurando a manutenção da prática na rotina assistencial.
Texto: Kelly Barros (Ascom HC)
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