Ana Paula Veloso Fernandes, de 35 anos, estudante de Direito, foi presa preventivamente e virou ré sob acusação de matar ao menos quatro pessoas em SP e RJ. Segundo o Ministério Público, ela é apontada como uma possível "serial killer" e teria usado veneno nas vítimas.
A estudante de Direito Ana Paula Veloso Fernandes, de 35 anos, foi presa preventivamente e virou ré na Justiça sob a acusação de ter matado ao menos quatro pessoas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo o Ministério Público, a universitária é considerada uma “serial killer”, e teria matado as vítimas para ficar com seus bens. A suspeita é de que as mortes tenham acontecido por envenenamento.
A Promotoria afirma que Ana Paula cometeu os assassinatos entre janeiro e maio deste ano. As vítimas Marcelo Hari Fonseca e Maria Aparecida Rodrigues teriam sido mortas em Guarulhos, São Paulo. Já o tunisiano Hayder Mhazres teria sido assassinado na capital paulista, enquanto o idoso Neil Corrêa da Silva morreu em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.
Ana Paula foi presa pela primeira vez em 9 de julho, quando teria confessado à polícia que tentou envenenar, com um bolo, alunos da turma dela na universidade em Guarulhos. Segundo agentes, ela alegou que estava tentando se vingar e incriminar a esposa de um policial militar com quem mantinha uma relação extraconjugal. “Ana Paula Veloso… ela foi até a nossa delegacia por conta de um evento de um suposto bolo envenenado dentro de uma faculdade. Ela colocou esse bolo envenenado supostamente para tentar incriminar uma terceira pessoa. Através desse inquérito, a gente chegou à conclusão que Ana Paula Veloso não era vítima nesse caso, mas sim uma ‘serial killer‘”, declarou o delegado Halisson Ideiao Leite para a TV Globo.
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De acordo com os promotores Rodrigo Merli Antunes e Vania Caceres Stefanoni, responsáveis pela denúncia contra a universitária, ela teria se aproximado de todas as vítimas fingindo interesses como amizade ou namoro. “Além da gravidade em concreto das infrações cometidas ser indiscutível, bem como de estarmos diante de uma verdadeira serial killer“, escreveram os representantes do Ministério Público de Guarulhos,
A acusação pede que a prisão temporária da estudante seja convertida em preventiva. “Insuficientes, ademais, medidas cautelares alternativas em meio aberto, não só porque desprovidas de qualquer fiscalização efetiva, mas também porque absolutamente inadequadas e imprestáveis para conter a situação em comento, em especial para quem revela ser uma assassina em série“, continuou a acusação do MP.

A Promotoria aguarda o resultado dos exames periciais para identificar o tipo de veneno usado. Pelo menos três das quatro vítimas terão os corpos exumados para análise.
O Ministério Público aponta ainda que Ana Paula pode ter contado com a ajuda da irmã gêmea, Roberta Cristina Veloso Fernandes, de 35 anos, e de Michelle Paiva da Silva, de 43, filha de uma das vítimas. Michelle foi presa em uma operação conjunta das polícias civis do Rio e de São Paulo. As três permanecem presas enquanto a polícia investiga se há outras possíveis vítimas.
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As vítimas
A primeira vítima, segundo a Promotoria, foi Marcelo Hari Fonseca, de 51 anos, morto em 31 de janeiro em Guarulhos (SP). O corpo foi encontrado em avançado estado de decomposição, e os exames toxicológicos devem confirmar a causa da morte.
Em 11 de abril, a estudante teria assassinado Maria Aparecida Rodrigues, também em Guarulhos. A vítima passou mal e morreu após tomar café e comer bolo oferecidos por Ana Paula.
Já em 26 de abril, a acusada viajou ao Rio de Janeiro para matar o aposentado Neil Corrêa da Silva, de 65 anos, supostamente a mando da filha dele, Michelle Paiva da Silva, colega de faculdade de Ana Paula. O idoso morreu após comer uma feijoada envenenada. A investigação aponta que Michelle pagou R$ 4 mil pelo crime.

Por fim, em 23 de maio, o tunisiano Hayder Mhazres, de 21 anos, com quem Ana Paula mantinha um relacionamento, morreu em São Paulo após passar mal em casa. O corpo foi levado para a Tunísia sem perícia, mas a polícia acredita que ele também tenha sido envenenado.
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