Aos 21 anos, a estudante Annalice Nascimento de Melo descobriu em Natal (RN) que era mãe apenas cinco dias após o parto prematuro do filho Levi Emanuel. A jovem passou por gestação silenciosa, enfrentou complicações médicas e só teve o primeiro contato com o bebê ao receber alta hospitalar.
Aos 21 anos, a estudante Annalice Nascimento de Melo viveu uma experiência rara e impressionante em Natal (RN). A jovem só descobriu que era mãe cinco dias depois de dar à luz, o filho Levi Emanuel, nascido prematuramente, com 34 semanas. O caso aconteceu em junho deste ano e surpreendeu familiares, amigos e os próprios médicos.
Annalice passou por uma gestação silenciosa, quando a mulher não apresenta sintomas evidentes de gravidez. Até poucos dias antes do parto, ela mantinha a rotina intensa de estágios, aulas, trabalhos como assistente terapêutica e atividades na faculdade, onde presidia o centro acadêmico.
A universitária seguia uma alimentação comum e praticava esportes, inclusive com acrobacias circenses e quedas. “Trabalho com crianças pequenas, então me abaixava muito. Fui pra festas, tomei energéticos durante toda a madrugada, comi sushi, tomava chá de camomila para dormir, tudo que uma grávida não pode fazer eu fiz”, disse, em entrevista ao portal g1.
Levi Emanuel, filho de Annalice Nascimento de Melo. (Foto: Arquivo pessoal)No dia 16 de junho, Annalice sentiu uma forte dor de cabeça, tão intensa que mal conseguia ficar em pé. Ela foi levada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Pajuçara, na zona norte de Natal, recebeu medicação e voltou para casa.
As dores de cabeça, porém, já vinham acontecendo desde o início do mês. A jovem acreditava que eram causadas pelo excesso de tarefas e pela rotina cansativa na universidade. No entanto, na madrugada do dia 17, por volta das 3h da manhã, ela sofreu uma convulsão e precisou ser levada novamente à UPA. Em seguida, foi encaminhada ao Hospital Santa Catarina.
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“Eu abria os olhos, respondia algumas coisas, falava alguma coisa curta, como ‘sim’, ‘não’, mas nada além disso, não lembro de nada. Só lembro de ter deitado na cama dos meus pais [onde ocorreu a primeira convulsão]“, contou.
Annalice recuperou a consciência no dia 21 de junho, já na UTI do hospital. Sem entender o motivo da internação, ela questionou os profissionais sobre o que havia ocorrido. A estudante foi informada por uma psicóloga e uma assistente social que havia passado por um parto: “Elas começaram contando que eu tive eclâmpsia e síndrome de Hellp. Por estudar na área da saúde, eu sabia um pouco e pensei comigo que não poderia ter tido isso, porque são problemas de quem está grávida. Foi aí que elas me contaram que eu tinha tido um filho. Foi um choque. Acho que nem dormi naquela noite”.
Jovem ficou internada por conta da eclâmpsia e síndrome de Hellp. (Foto: Arquivo pessoal)Antes dessa revelação, os médicos suspeitavam que Annalice tivesse um tumor ou sangramento cerebral. O exame de Beta hCG revelou a gravidez, mas, diante da surpresa, a equipe ainda cogitou a possibilidade de um tumor raro no útero que causa falso positivo.
Durante o parto de emergência, Annalice teve outras duas convulsões. Por precaução, os médicos realizaram o procedimento com a jovem amarrada e de olhos vendados, temendo que pudesse se movimentar inconscientemente ou entrar em choque. Levi nasceu às 12h40, com 38 cm e 1,2 kg, enfrentando diversos problemas de saúde, incluindo parada cardíaca, necessidade de sonda, tratamento com luz azul e infecções no estômago e trato urinário.
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O primeiro encontro entre mãe e filho só ocorreu em 26 de junho, quando Annalice recebeu alta. Ela permaneceu no hospital acompanhando o bebê até 1º de agosto: “O primeiro contato foi surpreendente. Era uma criança que eu não sabia que existia. Antes de vê-lo, eu ficava ansiosa, esperando o momento. Não tinha concretizado na minha cabeça que era mãe. Acho que vim me sentir mãe em julho”.
O caso, que aconteceu em junho, viralizou recentemente. (Foto: Unsplash/ Marcelo Leal)De acordo com os médicos, a altura do útero e o corpo atlético da jovem ajudaram a esconder a gravidez. Annalice também teve sangramentos ao longo da gestação, que acreditava ser menstruação, mas que poderiam ter indicado descolamento de placenta.
Hoje, Levi está saudável, sendo acompanhado pelo hospital, pelo posto de saúde do bairro e pelo plano de saúde da família. “Como ele é prematuro, precisa estar sendo acompanhado com mais frequência que os outros bebês. É gratificante descobrir ser mãe e ainda mais ser mãe de um milagre”, concluiu.
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