Cultura: Artista marabaense, Bino Sousa leva arte e ancestralidade amazônica à Jaguar Parade Belém 2025

há 2 dias 4

O artista visual e muralista marabaense Bino Sousa foi o único representante de Marabá selecionado para participar da Jaguar Parade Belém 2025, uma das maiores exposições de arte a céu aberto do mundo. O evento reúne artistas de várias partes do planeta em uma ação de sensibilização sobre a conservação da onça-pintada e da Amazônia, transformando esculturas em verdadeiras obras de arte espalhadas por pontos estratégicos da capital paraense.

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Com a COP 30 marcada para ocorrer em Belém em 2025, a cidade foi escolhida para sediar a nova edição da Jaguar Parade, que promete unir arte, cultura e consciência ambiental. Nesse cenário, a obra de Bino, intitulada “Morubixaba”, se destaca por representar a força da floresta e o espírito ancestral dos povos amazônicos.

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“Morubixaba” é uma palavra de origem tupi que significa “chefe”, “líder” ou “guia espiritual”. Inspirado por esse conceito, Bino criou uma onça que traduz a conexão entre natureza, liderança e sabedoria indígena. A escultura traz na pelagem o pôr do sol de Marabá, refletido em tons quentes, e os grafismos da comunidade Gavião Parkatêjê, representando o peixe tamuatá, símbolo da resistência e da adaptabilidade da vida amazônica.

Para o artista, a escolha do nome e dos elementos visuais da obra é uma homenagem às origens e à espiritualidade da região. “A minha onça traz em si o reflexo de Marabá, o encontro dos rios, o calor do entardecer e a voz das raízes que ainda resistem. O grafismo Gavião Parkatêjê foi o elo que faltava: a presença do povo que conhece a floresta não só por olhar, mas por pertencer a ela”, explica Bino.

Ele conta que o convite para participar da Jaguar Parade partiu de uma amiga curadora, logo após sua participação na Bienal das Amazônias. “Foi uma oportunidade muito boa de levar o meu trabalho para Belém e representar nossa cidade. Esse projeto não fala apenas da onça, mas também da proteção da floresta e do meio ambiente, valorizando o artista como uma voz que sensibiliza”, completa.

Arte como instrumento de conscientização

Reconhecido por murais que retratam a cultura amazônica, a vida ribeirinha e a identidade regional, Bino Sousa acredita no poder transformador da arte. Para ele, cada obra é um convite à reflexão sobre o equilíbrio entre o homem e a natureza.

“A arte tem o poder de emocionar antes de convencer. Quando ela toca o coração, nasce o desejo de proteger. E é isso que quero plantar com a Morubixaba, uma semente de respeito pela nossa terra e pelas próximas gerações”, afirma.

Jaguar Parade e COP 30: arte e preservação lado a lado

A Jaguar Parade Belém 2025 integra arte, sustentabilidade e ativismo ambiental. As esculturas de onças, instaladas em locais públicos e turísticos da capital, convidam a população a refletir sobre a preservação da floresta e da fauna amazônica. Em um ano em que o mundo volta seus olhos para Belém, por conta da COP 30, o evento ganha ainda mais significado, transformando a cidade em um grande palco de arte e consciência ambiental.

Trajetória do artista

Natural de Marabá, Bino Sousa é artista visual, muralista e ilustrador. Seu trabalho une arte urbana e identidade amazônica, explorando temas ligados à espiritualidade da floresta, aos povos indígenas e ribeirinhos e às cores vibrantes da natureza. Entre seus projetos, estão murais no Santuário Nossa Senhora de Nazaré, o Projeto Reciclos e diversas séries autorais que retratam a Amazônia com sensibilidade e autenticidade.

A participação de Bino na Jaguar Parade Belém reforça o papel da arte marabaense no cenário cultural paraense e nacional, um rugido de esperança que nasce das margens dos rios Tocantins e Itacaiúnas e ecoa por toda a Amazônia.