O Teatro Municipal Eduardo Abdelnor, na Folha 16, recebeu uma audiência pública organizada pelo Ministério Público do Pará com o objetivo de reunir órgãos governamentais e entidades da sociedade civil para debater políticas públicas voltadas para o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Representantes de órgãos da Prefeitura de Marabá participaram do momento.
O número de alunos com TEA na rede municipal de ensino de Marabá teve um grande aumento. Em 2016, eram menos de 100 alunos e atualmente são quase 1900, sendo que, desses, 840 possuem laudos e o restante está em fase de diagnóstico. O tamanho do público-alvo revela os desafios de aperfeiçoamento do atendimento.
“É uma situação que requer muita atenção e a gente vem, sem medir esforços, tentando, a todo custo, não só amenizar, mas trazer educação de qualidade para essas crianças, trazer acompanhamento, acolhimento e também para as famílias. Estamos fazendo parcerias com a UEPA, Unifesspa, instituições privadas, que trazem esse acompanhamento, não só para os alunos, mas para os familiares que também têm uma carga emocional muito grande”, ressalta o secretário de Educação de Marabá, Cristiano Lopes.
Cristiano Lopes, secretário de Educação de Marabá
Foto: Reprodução/Prefeitura de Marabá - PAPara Thais Mendes, coordenadora do Departamento de Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação (Semed), a audiência pública é um espaço fundamental de diálogo entre os diferentes agentes e de apresentação do trabalho que é realizado junto aos alunos com TEA da rede municipal.
“Vamos mostrar com clareza o que a educação municipal tem feito, os profissionais de apoio, as salas de recurso, o atendimento educacional especializado voltado para as pessoas com Transtorno do Espectro Autista. A Semed tem trabalhado com capacitações, aumentado os profissionais de apoio para podermos dar suporte e investido no Naetea, como a nossa sala de integração sensorial, que foi inaugurada nesse ano e a quadra do Naetea”, destaca a coordenadora.
Thais Mendes, coordenadora do Departamento de Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação (Semed)
Foto: Reprodução/Prefeitura de Marabá - PAPor ser uma audiência pública, houve o momento em que o público inscrito pode falar e ser ouvido.
Diversos pais, mães e responsáveis também estiveram presentes. Uma delas foi Mariah Almeida, mãe do Miguel, de 8 anos, que é atendido pelo Núcleo de Atendimento Especializado a Alunos com Transtorno do Espectro Autista (Naetea).
“O Miguel era uma criança que não falava, não tinha controle emocional ou motor. E ele se tornou uma criança hoje que fala, já é bem verbal. A equipe é maravilhosa, o atendimento é bom. É um lugar excelente e que deveria ter mais. Eu vejo pessoas de outros estados, outras cidades que dizem que não tem esse atendimento que tem no Naetea aqui em Marabá. Meu filho teve uma boa evolução lá”, comenta.
Mariah Almeida, mãe do Miguel, de 8 anos, aluno do Naetea
Foto: Reprodução/Prefeitura de Marabá - PAO Promotor de Justiça José Alberto Grisi Dantas pontuou a necessidade de escuta da sociedade civil para que os órgãos públicos conheçam as demandas que necessitam de atendimento.
“A importância do evento hoje é fazer com que os órgãos governamentais e o próprio Ministério Público sejam ouvintes da sociedade. É sempre importante ouvir a sociedade, associações, representantes, e principalmente pais e mães de autistas que têm uma vivência diferenciada. Nós sabemos como é importante dar visibilidade a essas pessoas”, avalia.
José Alberto Grisi Dantas, Promotor de Justiça
Foto: Reprodução/Prefeitura de Marabá - PAA programação contou ainda com uma apresentação musical de três alunos do Naetea interpretando uma versão em português da música Believer da banda estadunidense Imagine Dragons.
Uma das pessoas que participou durante a escuta foi a coordenadora do Procon Marabá, Zélia Lopes, que informou que houve aumento no número de denúncias contra planos de saúde que não disponibilizam o tratamento para crianças com TEA.
“Temos visto a recusa no tratamento, a recusa na fisioterapia, temos diversos processos dentro do Procon que os pais procuram justamente para fazer valer o direito desse público, que é obrigação das prestadoras de serviço, dos planos de saúde. Tem aumentado a recusa na prestação de serviço por parte das operadoras e a nossa demanda tem crescido com esse público. E o mais agravante, às vezes, as operadoras nem comparecem na audiência, aí o Procon encaminha direto esse consumidor para a Defensoria Pública”, explica a coordenadora do Procon.
Zélia Lopes, coordenadora do Procon Marabá
Foto: Reprodução/Prefeitura de Marabá - PATexto: Ronaldo Palheta
Fotos: Sara Lopes
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