A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou na última quarta-feira (9/10), uma nota oficial para anunciar o que chamou de “avanço marcante na transparência da arbitragem”. No comunicado, a entidade afirmou ter recebido autorização formal da FIFA para publicar áudios e vídeos do VAR mesmo em lances sem revisão no monitor, os chamados “lances sem revisão protocolar”.
Mas, a realidade difere do discurso. Não existe inovação alguma. A própria CBF já liberava os áudios de decisões do VAR sem necessidade de revisão em campo até a 9ª rodada do Campeonato Brasileiro. O fato foi apontado pelo criador de conteúdo sobre arbitragem, Paulo Caravina, dono do perfil “Sou do Apito”, nas redes sociais.
CBF mente em Nota Oficial.
“A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anuncia um avanço marcante na transparência da arbitragem: após consulta formal à FIFA, recebeu autorização para divulgar publicamente áudios e vídeos de decisões tomadas pela equipe de arbitragem mesmo nos… pic.twitter.com/swMCXGyQMe
— Paulo Caravina (@soudoapito) October 9, 2025
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Encenação da transparência
Internamente, dirigentes e ex-integrantes da comissão de arbitragem classificam o anúncio como “pura encenação”. A iniciativa representa uma tentativa de reverter a pressão após sucessivos erros e cobranças de clubes.
O presidente da Comissão de Arbitragem, Rodrigo Cintra, teria vendido a ideia à cúpula da CBF como uma “conquista histórica”. O mesmo dirigente já havia sido criticado por divulgar dados questionáveis, como a taxa de “99% de acerto” da arbitragem brasileira, amplamente contestada por analistas e ex-árbitros.
Herança de outra gestão
A divulgação dos áudios do VAR não é criação de Cintra. A medida foi implementada na gestão de Wilson Seneme, ex-presidente da Comissão de Arbitragem, que instituiu o formato de publicação pública semanal dos áudios no site da CBF.
Desde então, a publicação se tornou rotina até ser suspensa temporariamente durante o Brasileirão, em meio a críticas e pressões políticas. Agora, com a liberação “autorizada pela FIFA”, a CBF apresenta um modelo antigo como se fosse novidade.
A pergunta que permanece
A nota oficial, recheada de autoelogios, não convenceu parte do meio do futebol. Nos bastidores, cresce o questionamento. Quem a CBF e a Comissão de Arbitragem acham que estão enganando?
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