Depois de escrever a volta do icônico comendador José Alfredo, de “Império”, que faria uma participação especial em “Três Graças”, Aguinaldo Silva precisou mudar seus planos. Alexandre Nero, que viveu o personagem na trama de 2014, recusou o convite. O motivo? Cansaço das gravações de “Vale Tudo” e férias já programadas.
Com a negativa de Nero, o autor decidiu não abrir mão da figura do comendador e criou um novo personagem — também um homem poderoso e misterioso, com traços inspirados em José Alfredo. Quem assume o papel é Rodrigo Lombardi, que está afastado das novelas desde o fim de “Mania de Você”.
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A entrada do novo comendador em “Três Graças” deve manter o clima de homenagem aos grandes clássicos da teledramaturgia brasileira, agora com uma releitura feita sob medida para Lombardi. Apesar da frustração de quem esperava rever José Alfredo, a expectativa é que o ator traga uma nova força ao personagem e mantenha viva a essência do “homem de preto” que marcou uma geração.
Nos bastidores, comenta-se que houve uma tentativa de conciliar as agendas, mas não foi possível. Alexandre Nero preferiu se afastar temporariamente da TV. Com isso, a produção correu para adaptar a história e garantir que o comendador — ainda que outro — não ficasse de fora.
A previsão é de que Lombardi entre em estúdio no próximo dia 14 e seu personagem só apareça no capítulo 34 da novela que estreia no próximo dia 20. Ele surgirá de forma imponente, com o ar contrariado que marcou o personagem de Nero em “Império”. Recebido por João Rubens (Samuel de Assis), Kasper (Miguel Faleballa), Maggye (Mell Muzillo) e Lucélia (Daphne Bozaski), ele vai direto ao ponto e exige ver uma obra valiosa que deveria estar à disposição para compra imediata.
“O que eu quero é ver a gravura do palhaço… Agora!”, dispara o Comendador, deixando todos em pânico, já que a peça havia sumido misteriosamente. A desculpa de que a obra estaria guardada em um cofre no banco não convence o cliente, que avisa em tom de ameaça: “Voltarei amanhã ao meio-dia… E ai de vocês se eu sair daqui sem levar a minha gravura”.
A presença do personagem movimenta a trama ao colocar pressão sobre o grupo e acelerar o mistério em torno do desaparecimento da gravura. Mais adiante, o Comendador retorna para efetuar a compra — e, em cena cheia de ironia, paga a fortuna no cartão de crédito, lembrando com desdém que já adquiriu até um iate “à vista” dessa maneira.
Segundo Aguinaldo Silva, a escolha de chamar o personagem de Comendador não é à toa. É uma piscadela direta ao público, que guarda Nero como um dos protagonistas mais marcantes da teledramaturgia recente. “Vamos chamá-lo de Comendador na esperança de que seja o próprio, vindo diretamente de uma novela anterior”, brincou o autor no roteiro, referindo-se a “Vale Tudo”, antecessora de “Três Graças”.