O advogado Fernando José da Costa, que representa o ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, se pronunciou com exclusividade ao portal LeoDias após o Ministério Público de São Paulo (MPSP) apresentar denúncia contra o ex-dirigente por uso de cartões corporativos do clube em despesas pessoais. O defensor classificou a ação do promotor responsável pelo caso, Cássio Conserino, como “manifestação parcial” e criticou a forma como a denúncia foi divulgada.
“Hoje fomos surpreendidos com uma denúncia criminal contra Andrés Sanches. Denúncia essa noticiada pelo promotor de justiça através de uma coletiva, através da mídia. Entendemos que o promotor de justiça deve se manifestar nos autos de um processo. Portanto, é ali que ele deveria ter se manifestado. E quando muito, posteriormente dar algumas explicações à sociedade como fiscal da lei”, afirmou o advogado.
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De acordo com Fernando José da Costa, o procedimento investigatório conduzido pelo Ministério Público não observou o direito à ampla defesa e ao contraditório. “O que se viu desde o início dessa investigação é um promotor de justiça presidindo um PIC, um procedimento investigatório criminal, no qual, no momento em que preside, ele não é parte, ele não é órgão acusador e sim um presidente de uma investigação que deve respeitar o contraditório, que deve respeitar a ampla defesa e assim não foi feito”, declarou.
O advogado ainda alegou que o ex-presidente do Corinthians não teve acesso integral à documentação do processo. “Quando Andrés Sanches foi ouvido, não teve acesso a toda a documentação, não teve acesso sequer ao extrato que o Clube Corinthians já havia enviado ao promotor com todas as despesas que o mesmo pagou enquanto presidente do clube”, disse.
Fernando sustentou que a denúncia carece de fundamentação. “Todavia, hoje, mais uma vez, fomos surpreendidos com uma manifestação parcial. Com uma manifestação de uma denúncia inepta. De uma denúncia que certamente será pelo Poder Judiciário, este sim imparcial, anulada. Porque se trata de uma acusação sem nenhuma fundamentação”, afirmou.
O Ministério Público acusa Andrés Sanches de apropriação indébita, lavagem de dinheiro e crime tributário. Segundo o órgão, cartões corporativos do clube teriam sido usados para compras de relógios importados, roupas e serviços médicos, com notas fiscais emitidas em nome do ex-dirigente. O gerente financeiro do Corinthians, Roberto Gavioli, também foi denunciado por suposta omissão no controle dos gastos.
A defesa, por sua vez, contesta as acusações. “Sobre o crime contra a ordem tributária, em tese praticado por uma pessoa física, lembrando que o cartão era um cartão corporativo de uma pessoa jurídica, um clube de futebol, da mesma forma por apropriação indébita — e o crime de apropriação indébita é quando você recebe algo licitamente e posteriormente se recusa a devolver — não é isso que se verifica no presente caso”, afirmou o advogado.
Fernando José da Costa também alegou que as contas de Andrés Sanches foram aprovadas pelos órgãos internos do clube. “O Corinthians e o seu conselho fiscal aprovaram as contas gastas pelo então presidente Andrés Sanches, enquanto presidente, enquanto utilizador do cartão corporativo do clube, da mesma forma como vários outros presidentes utilizaram do mesmo cartão anteriormente e posteriormente”, declarou.
Segundo o defensor, eventuais gastos pessoais identificados já foram reparados. “Para ser bem sincero, Andrés localizou duas contas que eram pessoais e efetuou esse pagamento. Portanto, não há que se falar em apropriação indébita e muito menos em lavagem. A lavagem é quando você torna um dinheiro ilícito lícito. Aqui estamos falando de uma utilização de um gasto para, em benefício do Clube Corinthians, utilizado pelo presidente, um dinheiro lícito que saiu do banco e foi gasto por algum benefício do Corinthians”, completou.
O advogado concluiu dizendo que confia na absolvição do ex-presidente. “Portanto, iremos fazer a defesa e temos a convicção de que em breve o Poder Judiciário fará justiça”, afirmou.
A denúncia do Ministério Público surge meses após o próprio Andrés Sanches admitir, em entrevista exclusiva ao portal LeoDias, ter usado o cartão do clube durante uma viagem de Réveillon. Na ocasião, o ex-dirigente reconheceu o erro e garantiu que devolveria o valor correspondente. “Usei, sim, o cartão do Corinthians. Foram R$ 9 mil”, declarou o ex-presidente, acrescentando que a quantia “já está sendo restituída”.
O episódio, que veio à tona após a divulgação de uma fatura de R$ 298 mil em gastos concentrados no período de festas de fim de ano, é o ponto central da investigação conduzida pelo Ministério Público paulista. O Corinthians, até o momento, não se manifestou oficialmente sobre a denúncia nem sobre a abertura de eventuais procedimentos internos.
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