Prefeitura de São Bernardo confirma morte de mulher de 30 anos por intoxicação por metanol Prefeitura de São Bernardo confirma morte de mulher de 30 anos por intoxicação por metanol

há 2 dias 9

A Prefeitura de São Bernardo do Campo confirmou a morte de Bruna Araújo, 30, após suspeita de intoxicação por metanol. A jovem foi hospitalizada após consumir uma bebida adulterada em um show de pagode. O caso é investigado pelas autoridades locais.

Nesta segunda-feira (6), a Prefeitura de São Bernardo do Campo confirmou a morte de Bruna Araújo, de 30 anos. A jovem estava internada desde o fim de setembro, após ter consumido uma bebida supostamente adulterada com metanol durante um show de pagode no sábado (28). Segundo a prefeitura, o drinque adulterado foi a causa do falecimento.

Bruna foi hospitalizada no Hospital de Clínicas de São Bernardo na manhã do dia 29, depois de apresentar sintomas de intoxicação. Segundo relatos, ela teria consumido vodca com suco de pêssego no evento, acompanhado de amigos, mas só passou mal no dia seguinte. “Estava feliz, se divertiu. Mas no dia seguinte teve náuseas, vômito e visão turva”, contou a amiga Gabriela Damasceno.

A vítima foi inicialmente levada a uma UPA na cidade e, posteriormente, transferida já entubada para o Hospital de Clínicas. De acordo com a prefeitura, o drink ingerido estaria adulterado com metanol, substância que causou a morte da jovem. O caso é investigado como suspeita de intoxicação por metanol.

Em nota, a administração municipal afirmou que Bruna “recebeu a melhor assistência possível” e confirmou que seu caso é o único óbito por contaminação na cidade. “O óbito da mulher de 30 anos é o único caso confirmado de contaminação. A administração se solidariza com amigos e familiares e reforça que enquanto esteve internada, a paciente recebeu a melhor assistência possível”, diz o comunicado.

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Ainda segundo a prefeitura, a Vigilância Epidemiológica recebeu 78 notificações de suspeita de contaminação por metanol até esta segunda-feira (6). Destas, uma foi confirmada — o caso de Bruna — e seis óbitos seguem em investigação.

Governo de SP está investigando mortes relacionadas ao consumo de metanol (Foto: Reprodução/ TV Globo)

Tratamentos e investigação

Familiares contaram que Bruna chegou a receber o antídoto contra metanol e passou por sessões de hemodiálise, mas o tratamento não surtiu efeito.

Desde a última sexta-feira (3), ela estava sob protocolo de morte cerebral e cuidados paliativos, decisão tomada pela equipe médica em conjunto com a família. O protocolo envolve uma série de exames clínicos e complementares para confirmar a perda irreversível das funções cerebrais — como a ausência de resposta neurológica, atividade encefálica e movimentos respiratórios espontâneos.

De acordo com a polícia, agentes foram até a distribuidora que teria vendido a bebida consumida por Bruna no bar. O dono do estabelecimento, no entanto, negou ser o único fornecedor de bebidas alcoólicas do local.

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Uma parente da vítima, identificada como Karin, afirmou que uma médica do hospital confirmou a intoxicação por alta concentração de metanol no organismo. A substância é altamente tóxica e inflamável — sua ingestão, inalação ou até contato prolongado pode causar náusea, tontura, convulsões, cegueira e até morte. O namorado de Bruna também foi internado em outra unidade de saúde, segundo informações do g1.

Em um áudio enviado antes de ser hospitalizada, Bruna descreveu a sensação de mal-estar que tomou conta de seu corpo. “A sensação é horrível. Parece que eu vou desmaiar. Eu não consigo nem olhar pra tela do celular”, contou à amiga. Em outra mensagem, a vítima reforçou o quanto se sentia debilitada: “Eu tô aqui destruída, destruída. Parece que eu tomei a cachaça desse mundo todinho”. 

Ouça o áudio:

‘Parece que vou desmaiar’: mulher relata sintomas de intoxicação por metanol após tomar bebida contaminada pic.twitter.com/dwpucqbEbV

— WWLBD ✌🏻 (@whatwouldlbdo) October 6, 2025

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Casos em São Paulo

Até o momento, o estado de São Paulo contabiliza 15 casos confirmados de intoxicação por metanol e 164 em investigação, incluindo seis mortes suspeitas. O balanço mais recente foi divulgado pelo governo estadual na noite desta segunda-feira (6).

A morte de Bruna é o terceiro caso confirmado com laudo que atesta a ingestão de bebida adulterada, mas ainda não consta no boletim estadual — divulgado antes da confirmação oficial pela Prefeitura de São Bernardo do Campo.

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