Fantástico faz exposed de influencer Kel Ferreti e revela esquema milionário de rifas ilegais em Maceió; assista Fantástico faz exposed de influencer Kel Ferreti e revela esquema milionário de rifas ilegais em Maceió; assista

há 3 dias 11

Em Maceió, o ex-policial e influenciador Kel Ferreti é investigado por liderar um esquema de rifas e cursos ilegais sobre apostas online. A operação policial revelou a participação de outros influenciadores e a movimentação de milhões de reais em ganhos ilícitos.

Neste domingo (5), o “Fantástico” revelou detalhes de um esquema milionário de rifas ilegais desmantelado pela polícia em Maceió. Segundo a reportagem, a quadrilha arrecadou mais de R$ 33 milhões por meio de cursos não regulamentados sobre jogos online. O grupo seria chefiado por Kleverton Pinheiro de Oliveira, mais conhecido como Kel Ferreti — ex-policial militar que atualmente atua como influenciador digital.

De acordo com o programa, o esquema ganhou força nos últimos anos na capital alagoana. Ferreti oferecia supostos cursos sobre apostas online, prometendo ensinar o público a lucrar com jogos e plataformas de bets.

Em um único mês, o ex-militar teria faturado cerca de R$ 400 mil. Mas as investigações apontam que, além dos cursos, ele liderava uma organização que lucrava com rifas e sorteios ilegais manipulados.

“O que não é legalizado, por exemplo, ainda continua acontecendo: apostas em bets chinesas e coreanas. Esse tipo de jogo não tem nenhum tipo de controle”, afirmou Cyro Blatter, promotor e coordenador do Gaesf (Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal).

As apurações indicam que a quadrilha movimentou cerca de R$ 33,7 milhões. O alto faturamento, de acordo com o jornalístico, financiava o estilo de vida luxuoso de Ferreti, que ostentava imóveis, carros importados e viagens internacionais. Segundo o Fantástico, o Ministério Público de Alagoas acredita que todo o patrimônio do influenciador é fruto do esquema criminoso.

Ministério Público acredita que esquema bancava vida de luxo. (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Influenciadora também é investigada

Além de Kel Ferreti, a influenciadora Laís Oliveira também é apontada como peça-chave nas investigações. Com 5 milhões de seguidores, mais do que divulgar os sorteios nas redes sociais, Laís teria participado ativamente do esquema, promovendo rifas e divulgando números premiados.

Segundo a reportagem, o grupo de Ferreti reservava os bilhetes vencedores para si, fazendo com que o público comprasse números sem qualquer chance de ganhar — o que rendia milhões de reais a cada ação.

Entre janeiro e abril de 2024, Laís recebeu quase R$ 1 milhão de uma empresa ligada a Ferreti. No mesmo período, seu marido, o criador de conteúdo Eduardo Veloso, recebeu R$ 456 mil. Em dezembro de 2024, o casal foi preso em Fortaleza durante uma operação do Ministério Público, que revelou a ligação dos dois com as rifas ilegais. Eles foram soltos dias depois.

Em nota, a defesa de Laís e Eduardo negou as acusações. Os advogados alegam que o casal não teve acesso às provas, entre elas áudios, mencionadas na ação, e reforça que sua atuação “se restringiu à prestação de serviços de publicidade como influenciadores digitais”.

Lais Oliveira e Eduardo Veloso são presos em Fortaleza, suspeitos de envolvimento em esquema. (Foto: Reprodução/PMCE)

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Prisão e histórico de acusações

Ainda em dezembro de 2024, Kel Ferreti foi preso no apartamento onde morava, em Maceió, durante a Operação Trapaça. Os agentes apreenderam joias, celulares e cerca de R$ 20 mil em espécie.

Ferreti já havia sido expulso da Polícia Militar em 2023, após divulgar nas redes sociais um vídeo em que mostrava o próprio voto — prática proibida pela legislação eleitoral.

Além disso, ele também responde por estupro, crime que teria ocorrido em junho de 2024 contra uma das apostadoras enganadas pelo esquema. O caso veio à tona poucos dias após sua prisão.

Condenado em primeira e segunda instâncias a 10 anos de prisão, Ferreti teve a pena reduzida para 8 anos em agosto de 2025. Desde então, ele passou ao regime semiaberto. Por falta de vagas em presídios do tipo, ele cumpre a pena em casa, com tornozeleira eletrônica.

A Justiça determinou apenas que ele mantenha distância mínima de 500 metros da vítima. Fora isso, o ex-PM está autorizado a frequentar bares, restaurantes e praias em Maceió, além de seguir ativo nas redes sociais.

Em nota do dominical da TV Globo, a defesa de Kel Ferreti afirmou que ele não é dono de qualquer plataforma de apostas e que sua atuação “se limita à divulgação e publicidade”. Sobre o caso de estupro, Ferreti nega as acusações e disse que pretende recorrer da decisão.

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