Belém deu nesta terça-feira (7) um passo decisivo rumo ao futuro da economia sustentável com a inauguração do Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, considerado o mais diversificado complexo tecnológico do mundo voltado à produção florestal. O espaço, entregue pelo governador Helder Barbalho, já nasce como o maior polo de bioeconomia da América Latina e o único parque tecnológico global estruturado para transformar a biodiversidade amazônica em produtos de alto valor agregado, conectando comunidades tradicionais, startups e grandes empresas.
Instalado nos Armazéns 5 e 6 do antigo porto de Belém, no Complexo Porto Futuro, o parque tem 6.000 m² e representa um marco na estratégia do Pará de unir ciência, tecnologia e saberes da floresta em um modelo produtivo inovador.
No Armazém 5, batizado de Centro de Negócios, estão o Centro de Sociobioeconomia e o Centro de Gastronomia Social. O espaço reúne coworkings, incubadoras, aceleradoras, salas de reunião, fundos de investimento, showroom de inovação e o Balcão Único, que conecta empreendedores a soluções produtivas. Ali também funcionam o Laboratório Vivo — ambiente de cocriação entre comunidades, pesquisadores e startups — e a Escola de Saberes da Floresta, dedicada à valorização do conhecimento tradicional e à formação técnica em manejo sustentável.
O Centro de Gastronomia Social valoriza a cultura alimentar amazônica e promove experiências gastronômicas sustentáveis como expressão da sociobiodiversidade.
Já no Armazém 6 funciona o Laboratório-Fábrica, que integra o Centro de Inovação e serve como planta-piloto para pesquisa, desenvolvimento e produção experimental de alimentos, cosméticos e químicos finos a partir de insumos florestais. O espaço abriga ainda a Gestão de P&D, responsável por articular a rede de laboratórios parceiros, e o Showroom de Inovação, vitrine de tecnologias verdes e novos produtos para investidores e empresas.
Com investimento de cerca de R$ 300 milhões, viabilizado em parceria com a Vale por meio do programa Estrutura Pará, o Parque contou ainda com acordos de patrocínio firmados com Natura, Ambipar e Fundo Vale.
Para o governo e as empresas envolvidas, o projeto consolida o Pará como referência mundial em bioeconomia.
“Todos os investimentos feitos mostram que impulsionar a bioeconomia é o caminho para transformar a Amazônia em um exemplo global de desenvolvimento sustentável”, destacou Patrícia Daros, diretora de Operações do Fundo Vale.
A vice-presidente da Natura, Ana Costa, ressaltou que a sociobioeconomia é “uma solução integradora para enfrentar crises climáticas e a perda de biodiversidade”.
Já Fernanda Sossai, da Ambipar, afirmou que o projeto representa “um legado para a sustentabilidade e o desenvolvimento social da Amazônia”.
Com o novo parque, Belém consolida-se como epicentro da economia verde na Amazônia, com potencial para gerar inovação, atrair investimentos, fortalecer cadeias produtivas locais e transformar a floresta em motor de desenvolvimento sustentável.